‘A Ponte Torta é nossa’, mostram moradores da cidade
Publicada em 17/11/2014 às 18:21Para diversos moradores de Jundiaí que já atenderam ao convite para gravar um depoimento no projeto de Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta, esse monumento representa muito mais do que uma espécie de ruínas. No caso especial de artesãos que desenvolvem trabalhos inspirados no monumento, é também um dos cartões postais da cidade. Os depoimentos continuam abertos aos interessados nas próximas sextas-feiras, agora com uma carreta personalizada que vai parar ao lado da Ponte Torta, dia 21, e na praça da esquina das avenidas Nove de Julho e Luiz Latorre, dia 28.
“Toda cidade tem os ícones de que o povo se orgulha. No meu caso, surgiu durante a Festa da Uva e queria algo diferente das uvas, então escolhi a Ponte Torta. Estou sabendo agora dessa ação e meus filhos também estão envolvidos nela, com um projeto de história de Jundiaí que está acontecendo no Colégio Paulo Freire. Os estudantes também estão antenados”, comenta Andréa Beatriz Oliveira Manzutti, que desenvolve almofadas em patchwork com apoio do programa “Jundiaí Feito à Mão”.
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Uma outra moradora que também produz artesanato de qualidade, Odila Grella de Oliveira, utilizou uma inspiração semelhante para as réplicas em miniatura com materiais plásticos. Para ela, que já gravou depoimento para o projeto, o trabalho simultâneo de recuperação física do monumento e envolvimento social da comunidade é muito importante. “Muita gente mais nova ou de fora não conhece essa história e até mesmo a gente aprende mais”, afirma.
Nesta sexta-feira (21), das 14h às 17h, a equipe do projeto promovido pela Prefeitura de Jundiaí e implementado pelo Estúdio Sarasá estará novamente gravando depoimentos de interessados no próprio local da Ponte Torta.
Revelando Jundiaí
Desta vez, o evento terá o lançamento da carreta itinerante que vai passar semanalmente por diferentes lugares de Jundiaí até março de 2015. Ao lado dos depoimentos, acontece na primeira etapa da tarde uma fala sobre “o tijolo, a arte e a arquitetura da cidades, núcleos coloniais e construções rurais”, com o arquiteto Eduardo Carlos Pereira.
Depois das 15h30, será realizada a oficina de “prensagem de tijolos” liderada pela equipe do Estúdio Sarasá para entendimento de materiais, recursos e técnicas da região. E uma ação paralela vai envolver sentidos e texturas da imigração com a influência sobre os pratos típicos. Não é preciso inscrição prévia.
Cidade turística
Originária da década de 1880, a Ponte Torta é anterior à Fábrica de Argos (1904), ao Grupo Escolar Siqueira de Moraes (1906) e ao Teatro Polytheama (1911), indicando uma outra paisagem. A relação com a chamada Rua Torta é uma das principais descobertas do atual estudo.
“Nosso trabalho visa mesmo incentivar a busca de informações pelos mais novos”, comenta o secretário Marcos Brunholi, de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente.
No caso dos artesãos, a diretora de Turismo, Marcela Moro, lembra que uma boa parte deles vai ser encontrada em eventos como o 8º Encontro Nacional de Opalas (dia 30 de novembro, no Parque da Uva) e a Feira de Natal (de 13 a 23 de dezembro, no Circolo Italiano di Jundiaí).
A secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti, observa que essas convergências entre diversos programas do governo refletem a busca de valorização da cidade. “É uma orientação do prefeito Pedro Bigardi e acreditamos que também de boa parte dos moradores de Jundiaí. Por isso, convidamos todos a participarem desse projeto”, diz.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Paulo Grégio
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