Encontro rural do Plano Diretor aponta chance de ‘virada’
Publicada em 07/05/2015 às 15:38Uma reunião setorial do Plano Diretor Participativo sobre a zona rural de Jundiaí, reunindo técnicos, produtores e ambientalistas, apontou, na manhã dessa quarta-feira (6), a possibilidade de uma “virada” na ameaça da expansão urbana descontrolada sobre a zona rural a partir de medidas voltadas para a segurança hídrica e para a segurança alimentar do município no próprio planejamento, além de medidas já em andamento ou amadurecidas para a valorização desse tema na comunidade.
“Foi um encontro importante porque os eixos da segurança hídrica do município, onde a pressão urbana avançou muito sobre a bacia do rio Jundiaí-Mirim que abastece a cidade e sobre as nascentes da bacia do rio Capivari, e de segurança alimentar, cada vez mais essencial, que nos leva a valorizar esse setor”, comentou a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti.
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Com grande número de participantes, o encontro apontou as dificuldades para a manutenção das atividades agrícolas atualmente e, ao mesmo tempo, as possibilidades de sua renovação como parceira do meio ambiente e da qualidade de vida dos moradores urbanos.
Além de iniciativas como a valorização da cidade como ponto de origem da uva brasileira de mesa, com a Festa da Uva, e o novo subsídio ao seguro agrícola implantado pela Prefeitura de Jundiaí, o encontro mostrou que existem projetos inéditos e valorizados nacionalmente na Escola Técnica Estadual Benedito Storani (com máquina de produzir sucos em larga escala) ou no Centro de Automação do Instituto Agronômico (com novos projetos de controle de insumos).
“Temos de ver o setor rural hoje como pluriatividade, em que a agricultura se mistura com moradia de outros profissionais da família, e como multifuncionalidade, em que a produção privada de frutas ou turismo devem ser vistos ao lado da produção pública de benefícios como biodiversidade, nascentes e recarga de aquíferos”, afirmou o pesquisador Afonso Peche Filho.
O conflito entre as atuais leis de zoneamento de Jundiaí, de 2012, e as leis estaduais que tornaram o município uma Área de Proteção Ambiental (APA) ficaram evidentes em mapas apresentados no encontro e que recebem atenção até mesmo do Ministério Público. O desafio de reequilibrar esse rumo foi admitido pelos participantes, até de forma emocionada.
A valorização do papel do setor rural, de sua paisagem e até de sua economia financeira ou ambiental é um consenso apontado pelos participantes como elemento central para que o novo Plano possa retomar a característica principal de Jundiaí como um município marcado por um “cinturão verde” ao norte e ao sul de seu território.
Um dos pontos destacados foi a necessidade de uma política clara e compreensível para os moradores, uma vez que um documento técnico deixa todos expostos a especuladores. O tema será parte do diagnóstico a ser apresentado no 1º Fórum do Plano Diretor Participativo, no sábado (30). A Câmara Municipal também esteve presente, com o vereador Rafael Antonucci.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Fotógrafos PMJ
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