Encontro de Caps Infanto-Juvenil elabora ‘Carta de Jundiaí’
Publicada em 22/05/2015 às 17:16O 1º Encontro Regional de Caps Infanto-Juvenil do Estado de São Paulo, realizado em Jundiaí, terminou nesta quinta-feira (21) com a participação de cerca de 600 pessoas, nos dois dias de evento, representantes de mais de 15 cidades, inclusive de outros Estados. O evento inédito resultou na “Carta de Jundiaí”, documento que reúne diversas orientações para a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) em todo o País, e faz parte do Mês da Luta Antimanicomial de Jundiaí.
“Esse encontro foi um marco para a infância e adolescência em todo o Brasil, especialmente porque tivemos a participação de dezenas de adolescentes usuários dos centros de atenção psicossocial (Caps) de Jundiaí e de outras cidades, entre elas São Paulo, Campinas e Várzea Paulista”, resumiu a coordenadora de Saúde Mental de Jundiaí, Ana Thomé. Segundo ela, cerca de 60 jovens participaram do encontro.
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O principal fruto do evento foi a “Carta de Jundiaí”, que está sendo consolidada e deve ser divulgada nos próximos dias. O documento reúne orientações para toda a Rede de Atenção Psicossocial (Raps) do País, como que o Caps Infanto-Juvenil (Caps IJ) seja aberto 24 horas.
A carta também traz uma moção de repúdio à redução da maioridade penal e a resolução de que em 2016 seja realizado em Jundiaí o 2º Encontro Nacional de Caps IJ. “O primeiro encontro nacional foi há três anos, no Rio de Janeiro”, lembrou Ana.
Realizado em dois dias, na Faculdade de Medicina de Jundiaí, o 1º Encontro Regional de Caps Infanto-Juvenil recebeu representantes de diversas instituições, como o Ministério da Saúde, a PUC-SP, a Defensoria Pública de Jundiaí, a Secretaria de Saúde de São Paulo, o Governo do Estado, Unicamp, Caps de Novo Hamburgo (RS), entre outras. E participantes de Recife (PE), Ouro Preto (MG), do município de São Paulo, Campinas e diversas cidades do interior de São Paulo.
Foram debatidos temas como a redução da maioridade penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a medicalização na atenção psicossocial de crianças e adolescentes, a reforma psiquiátrica, o autismo e deficiências na Raps e a intersetorialidade na saúde mental.
Durante o encontro, foram lançados três documentos do Ministério da Saúde: “Linha de Cuidado do Autismo”, “Tecendo Redes para Garantir Direitos” e “Fórum de Saúde Mental Infanto-Juvenil”.
Também foi realizada a primeira experimentação do Acampadentro, no Caps AD/Cead. Cerca de 60 jovens e 40 profissionais de Caps de Jundiaí e de outras cidades passaram a noite no local. “O objetivo foi que o serviço ficasse aberto 24 horas. Além da confraternização e da troca de experiências dos jovens e profissionais”, explicou Ana.
Mais eventos
A programação do Mês da Luta Antimanicomial de Jundiaí continua na quinta (28), com o 2º Fórum de Saúde Mental de Jundiaí, na Faculdade de Medicina de Jundiaí. Na sexta (29), será realizado o Seminário Saúde Mental e Racismo, no Clube 28 de Setembro.
Para encerrar o evento, na sexta (29), às 14h, está programada uma caminhada e atividades culturais em defesa da luta antimanicomial, na Praça Governador Pedro de Toledo, a Praça da Matriz, no Centro.
Niza Souza
Fotos: Alessandro Rosman
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