Oficina de marcenaria urbana movimenta a praça da Matriz
Publicada em 13/06/2015 às 21:50Com grande atração para o público que passou na manhã de sábado (13) pela praça da Matriz, uma oficina de marcenaria urbana do Urbanismo Caminhável. Desenvolvido pela Prefeitura de Jundiaí, o projeto promoveu a construção colaborativa de peças como uma mesa coletiva, um banco comprido, uma poltrona e um banco simples, feitos com pinus autoclavado como teste para melhorias no conforto de pedestres que frequentam o local. Para os organizadores, o aspecto mais surpreendente foi a diversidade de adesões ao evento.
O objetivo foi demonstrar que é possível os cidadãos e cidadãs tomarem iniciativas próprias para melhorar os espaços públicos de sua cidade, dentro de normas orientadas também pelo pensamento participativo. A coordenação coube ao grupo Contain (it), iniciado dentro da tendência contemporânea do reuso de contêineres mas depois levado para o movimento urbanístico relacionado, por exemplo, aos parklets.
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“Estamos com pessoas muito variadas aqui, realmente envolvidas. Nós fomos atraídos pelo trabalho conjunto com madeira e ferro e agora passamos adiante essa possibilidade”, comentou o coordenador de equipe Paulo Modolo.
De técnicos a estudantes ou moradores, os interessados realmente formavam uma boa diversidade. Da área de design de interiores, a estudante do Anchieta, Giovana Mohor, destacou o inusitado da aplicação dessas técnicas no espaço público. E o gerente em logística Vítor Reis, que tem a marcenaria como hobby, apontou a importância de se repensar o pedestre como alvo. As atividades possuem como base o contêiner-oficina na praça Governador Pedro de Toledo (praça da Matriz).
Para a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti, o projeto segue uma fase de entendimento pela comunidade. “A proposta é de uma mudança na forma como vemos a mobilidade e a visão pedestre do espaço público”, afirmou.
Mapas afetivos
Outra atividade diferenciada foi agendada nesse projeto da Prefeitura de Jundiaí pelo coletivo paulistano Arte Fora do Museu, que tem o jundiaiense André Deak entre seus integrantes, para a tarde de segunda-feira (15), a partir das 14h. Usando ferramentas tecnológicas, o projeto de Mapas Afetivos parte do conceito de que cidades não são feitas apenas de concreto, mas sobretudo de pessoas e suas histórias, sendo possível criar mapas com elas.
“Pessoas ocupam um território e é nele que suas vidas acontecem. E as histórias nos conectam uns aos outros. Trazem empatia ao dia a dia. Assim, um lugar que não era importante talvez mereça ser preservado, se soubermos que faz parte da narrativa de uma mãe e sua filha, ou de um casal que se apaixonou. Este foi o ponto de partida para construirmos o projeto Mapas Afetivos. Ao exercício de mapear, que é antigo (mapas estão entre os pictogramas mais antigos do homem), reconhecemos a nós mesmos quando sabemos onde estamos. Talvez por isso, milhares de anos depois de deixarmos as cavernas, ainda gostamos de desenhar mapas”, resume.
A proposta usa a técnica de mapeamento desenvolvida pelos argentinos do coletivo Iconoclasistas. Cada um dos oficineiros vai escolher imagens, ícones ou realizar desenhos e colagens sobre mapas da cidade, destacando espaços importantes para suas histórias de vida. Lugares que às vezes são considerados periferia, podem se mostrar centrais para muitas vidas. “Quem é que determina onde é o centro de um mapa, afinal?”, é a questão.
Na oficina redescobre-se a cidade e o entorno com um olhar estrangeiro – o olhar do outro. Fica o convite para também participar e revelar onde sua memória se conecta com lugares, ruas e bairros. Para construirmos juntos a memória coletiva das cidades.
O agendamento de propostas de atividades pode ser feito pela comunidade no próprio contêiner-oficina da praça da Matriz ou pelo e-mail urbanismocaminhavel@jundiai.sp.gov.br.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Dorival Pinheiro Filho
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