Regionais: Árbitro apita os Regionais de olho nas Olimpíadas
Publicada em 06/07/2015 às 18:34Não é todo dia que as equipes de handebol masculina de Juquiá e Cabreúva se enfrentam. E muito menos tendo no apito o principal árbitro da modalidade do País e um dos grandes nomes do mundo. O jogo desta segunda-feira (6), válido pelas semifinais dos 59° Jogos Regionais, foi uma dessas raras oportunidades.
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Na quadra do ginásio anexo ao Bolão, a atração era o homem do apito, Rogério Aparecido Pinto, de 45 anos. O raio X da carreira de Rogério, nascido em Americana e morador de Santa Bárbara d’Oeste, é a prova de seu sucesso no esporte.
Só de mundiais adultos de handebol são cinco: Alemanha (2007), Croácia (2009), Suécia (2011), Espanha (2013) e Catar este ano. Esteve também nas Olimpíadas de 2008 em Pequim, na China, convocação considerada uma espécie de cereja do bolo de sua trajetória.
Além disso, seu currículo é mais recheado do que se pode imaginar. Tem de tudo. Mundial feminino, Mundial Interclubes, Pan-Americanos e por aí vai. “Mas tudo começou nos Jogos Regionais. Não posso negar que trabalhar em torneios como este, em Jundiaí, é uma honra. Vou para a quadra como se fosse uma final olímpica. Foi assim hoje pela manhã”, diz.
A presença de Rogério nas quadras de Jundiaí foi como acertar na loteria para dos atletas de Juquiá e Cabreúva, com vitória dos cabreuvanos por 21 a 14, e de outras equipes que se depararam com a experiência do trabalho de um dos árbitros mais capacitados do planeta.
“Sempre gostei da modalidade e comecei cedo, com 19 anos. Hoje tenho 26 anos de experiência e por isso consigo dominar qualquer situação, independentemente do nível do jogo. Gosto muito de competições como os Regionais. Se é porta de entrada para quem quer ser atletas, é também para os árbitros”, comenta.
Rogério trabalha em dupla com Nilson Menezes nas principais competições e o próximo desafio é o Pan-Americano em Toronto, no Canadá. O embarque será na segunda-feira (13). Depois, o árbitro segue para Suíça, onde irá apitar jogos da Liga do país europeu em outubro.
Mas sua grande meta é a Olimpíada do Rio no ano que vem. “Tenho esperança de fazer parte da dupla brasileira que trabalhará nos Jogos Olímpicos. Seria um sonho”, comenta.
Rogério Pinto destaca o bom momento do handebol brasileiro, esporte em que a mulheres são campeãs mundiais e os homens no Pan do Canadá. “O Brasil já é referência mundial. O que precisa é mais divulgação, principalmente pela midia aberta. Na Europa, por exemplo, em países como França, Croácia, Dinamarca, Polônia, Noruega, jogadores de handebol são os mais solicitados para propagandas na televisão. São ídolos, como no futebol aqui. Um dia quem sabe aconteça isso aqui”, observa o árbitro da filiado à Liga Internacional de Handebol e presidente da Liga de Handebol do Estado de São Paulo.
Ivan Lopes
Fotos: Dorival Pinheiro Filho
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