Técnicos discutem instrumentos de caminhabilidade
Publicada em 03/08/2015 às 15:38Imagine-se como um técnico público em pleno trabalho de avaliação de melhorias para a sua cidade. Você observa o fluxo de mobilidade em um determinado local e contabiliza o número de meios de transporte que usam aquele caminho para apontar se a via suporta esse trânsito ou se a sinalização está adequada e estuda necessidades no caso de verificar demanda. Agora considere que, em vez de observar carros, você aplique tudo isso ao sistema de pedestres. Essa metodologia foi o tema de uma oficina voltada para técnicos de diversos setores da Prefeitura de Jundiaí, na sexta-feira (31), dentro do projeto Urbanismo Caminhável.
“Essa visão que vem sendo construída para ampliar a capacidade de pensarmos não apenas a mobilidade, mas a acessibilidade, é um ponto central. Jundiaí tem quase 400 anos e seu centro histórico é muito inacessível. O prefeito Pedro Bigardi vem enfatizando esse aspecto, inclusive para pensarmos no novo Plano Diretor”, afirmou o titular da Coordenadoria dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Reinaldo Fernandes, que participou em uma parte do trajeto usando uma cadeira de rodas.
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Articulada pela Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, a atividade envolveu técnicos de diversos setores da administração pública. O diretor Leandro Galli, da Secretaria de Serviços Públicos, observa que a modernização da gestão de cidades é uma diretriz de governo que envolve diversos desafios. “Além dos instrumentos administrativos, a própria comunidade também precisa incorporar novos pontos de vista na busca de soluções para a qualidade de vida”, afirmou.
Presente como técnico de planejamento da Secretaria de Transportes, Gilberto Baroni observou que as medidas voltadas para o pedestre já existem em campos como a sinalização ou os equipamentos semafóricos, assim como nas campanhas educativas, mas os instrumentos propostos pelo Urbanismo Caminhável ampliam esse conceito. “Estamos em um momento importante para isso”, comentou, lembrando que a pasta também está trabalhando no Plano Municipal de Mobilidade.
Outra das participantes, a diretora de Planejamento, Daniela Colagrossi, destacou as constatações feitas pela equipe do projeto a partir das intervenções iniciadas em maio (e que seguem até o atual mês de agosto) com a implantação do contêiner-oficina no Largo da Matriz, com diversas atividades realizadas na linha de oficinas e workshops, que, principalmente em produtos físicos como mesas e bancos dos testes de mobiliário urbano, reduziram a velocidade média dos pedestres que passam pela praça Governador Pedro de Toledo pelo crescimento da chamada percepção de acolhimento.
“Estamos vendo um aumento do uso do espaço público pelas pessoas, pelos moradores. O envolvimento de diversas pastas da administração é essencial para que haja um legado técnico do projeto para mudanças a médio prazo na caminhabilidade”, afirmou.
Além de calçadas, o mapeamento proposto pelo projeto (custeado pela iniciativa privada em contrapartida do Estudo de Impacto de Vizinhança de novos empreendimentos, mecanismo implementado pelo prefeito Pedro Bigardi) inclui análise de sinalização, ruídos, percepção subjetiva de pedestres, conforto climático e outros tópicos. Entre os mecanismos mais inovadores está o conceito de prototipagem (ou seja, de experimentos feitos como testes em vez de soluções definitivas projetadas em gabinetes) e a ação colaborativa (ou seja, abrindo atividades para a participação de moradores no desenho das intervenções).
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Paulo Grégio
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