Urbanismo Caminhável estimula o Centro ‘pedagógico’
Publicada em 28/08/2015 às 14:04A conexão entre historicidade e caminhabilidade mostrada ao longo dos últimos três meses nas atividades do projeto Urbanismo Caminhável (em outras palavras, a percepção de detalhes urbanos vistos apenas por pedestres) gerou na Prefeitura de Jundiaí uma parceria entre a Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Educação, que levou um olhar de pedagogas a esse trabalho. E o resultado foi enriquecedor como ocorreu anteriormente com estudantes.
Quando se caminha pelo Centro pouco se percebe a riqueza de patrimônios culturais presentes (ou ausentes, quando perdidos) desse espaço. Rompendo com a costumeira visita monitorada de um guia turístico relatando a história de cada edifício, esta formação se propôs a estimular as próprias pessoas a buscarem as explicações sobre as transformações ocorridas nos espaços percorridos, sejam de ordem social, topográfica, geográfica, econômica, ou tudo isso ao mesmo tempo.
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Através disso, procurar desvelar a cidade e percebê-la como um espaço de contradições e disputas de poder. Que se passe a estabelecer outra relação com o espaço público. “Esta organização contemporânea contribui para que tipos de relações sociais? Os meios de transporte que utilizamos orientam a configuração das ruas? O que nos motiva a sairmos a pé? Ou melhor, indagar porque andamos tão pouco a pé”, registrou uma das participantes, a professora Marcela Pergolizzi.
No total, foram quase 70 educadoras e educadores que realizam funções de coordenadores pedagógicos na rede municipal de educação. A expectativa da organização do evento foi superada pela disposição de todos para refletirem sobre uma certa retomada do Centro Histórico como espaço de conhecimento.
Dessa maneira buscaram imaginar a paisagem diferente do século 19 na Ponte Torta, a industrialização da Vila Arens que deu origem a prédios, a visão da Serra do Japi desaparecendo em diversos pontos, os tempos de encontros de amizades adolescentes no Escadão, as histórias de uma mãe sobre um incêndio que ocorreu no Polytheama quando esteve abandonado, o tamanho da varanda da Casa Rosa.
“Amo tanto esta cidade que não consigo achar nada feio”, afirmou outra participante. Os temas como sepulturas indígenas ou de escravos na Praça Rui Barbosa ou as intervenções de móveis urbanos na Praça Governador Pedro de Toledo despertaram ainda observações sobre como as perdas são causadas pela falta de informação das pessoas. “Talvez haja interesse em que a gente não conheça mesmo as coisas”, foi outra reflexão.
Mesmo a interação do grupo com as diversas pessoas do caminho foi muito elogiada pelos educadores, que passaram a pensar também em meios para reabilitar a frequência do Centro Histórico nos finais de semana, como a abertura de mais estabelecimentos comerciais e culturais. E o “parklet”, ponto de passagem para uma das turmas, foi comemorado como símbolo de convívio direto.
Desdobramentos
O material de apoio usado na iniciativa com os educadores, com atividades específicas em paradas na Pinacoteca, Ponte Torta, Escadão, Teatro Polytheama, Praça Rui Barbosa, Largo da Matriz e Solar do Barão, será testado agora em roteiros organizados pelo Museu Histórico e Cultural. O uso deverá seguir a constatação do grupo de que a cidade [como está] ainda não é um espaço ideal para se caminhar, mas pensar novamente nisso já é um bom começo.
O desenvolvimento desse material contou com os arquitetos Décio Pinheiro Pradela (Secretaria de Planejamento) e Thaísa Fróes (Urbanismo Caminhável), com o historiador Alexandre Oliveira (Museu Histórico) e com o cientista social e jornalista José Arnaldo de Oliveira (Secretaria de Comunicação Social) e mais a educadora Claudete Formis (Núcleo de Educação Socioambiental da Secretaria de Educação).
Nova palestra
O especialista Lincoln Paiva, também integrante do projeto Urbanismo Caminhável, realiza palestra neste sábado (29), a partir das 11h, no auditório do Senac Jundiaí. A intervenção integra o ciclo Cidadonos, organizado pelo Voto Consciente Jundiaí, com entrada franca. O auditório fica na rua Vicente Magaglio, 50, Jardim Paulista.
Assessoria de Imprensa
Foto: Divulgação
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