Novo Escadão conta com avanços urbanísticos
Publicada em 12/05/2016 às 15:35O projeto de reforma desenvolvido pela Prefeitura para a Esplanada Monte Castelo (Escadão), que vai ser inaugurada neste sábado (14), às 17h, aproveitou também alguns conceitos surgidos em projetos recentes, como Urbanismo Caminhável e Ponte Torta. O resultado retoma funções originais do local.
“É um projeto muito bem feito, valorizando a relação entre o Centro e a Vila Arens e formando um conjunto com o entorno. E continua a valorização da região central, como também temos feito nos bairros, como nas intervenções em praças e lugares ou nos eventos como o Sexta no Centro”, afirma o prefeito Pedro Bigardi.
O conforto sensorial para pedestres é um dos elementos aprofundados no Urbanismo Caminhável aplicado no projeto, transformando um aspecto funcional e operacional (a acessibilidade universal por rampas superando o desnível médio de 20 metros entre a rua Vigário J.J. Rodrigues e a Barão de Jundiaí) na série de trechos interligados por atrações como pequenas praças, mobiliário urbano e mirantes.
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Em diversos desses pontos estão ainda pequenas colunas com imagens históricas impressas em cerâmica, permitindo aos visitantes compararem mudanças na paisagem desde o surgimento do próprio Escadão, na década de 1920, e da Esplanada, na década de 1940, antes de seu posterior abandono. Também chamam a atenção a paisagem imediata, como árvores e detalhes, e a paisagem panorâmica, especialmente no sentido sul, onde estão a região da Argos, a Vila Arens e até as serras do Mursa e dos Cristais.
Detalhes
Até mesmo as luminárias instaladas no local, que de determinados ângulos lembram capacetes, dialogam com a origem do local, urbanizado como Esplanada Monte Castelo nos anos 40 em homenagem aos soldados jundiaienses que lutaram na 2ª Guerra Mundial.
Os diversos volumes surgidos entre rampas e escadarias, além de mudarem a percepção do morro, que chega a ter 15 metros de diferença entre seus extremos, também oferecem uma boa experiência para os visitantes.
“A orientação do prefeito Pedro Bigardi nos projetos envolvidos no plano de reabilitação do Centro foi valorizar tanto a mobilidade quanto a história da cidade”, afirma a secretária de Planejamento e Meio Ambiente, Daniela da Camara Sutti.
Sem custos para o orçamento municipal, o projeto também é parte de outro aprendizado surgido na atual gestão, a utilização dos recursos provenientes de contrapartidas geradas a partir da aplicação do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), prioritariamente investidos em qualificação de espaços públicos, como forma de minimizar mudanças no ambiente urbano e qualificar seu entorno. Nesse caso, a aplicação de EIV foi em empreendimento imobiliário da empresa MPD.
O projeto foi desenvolvido pela equipe da Coordenadoria de Projetos Urbanos, da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, sendo os autores do projeto os arquitetos e urbanistas Eduardo de Mello Martinho e Stephany Gallo Prado.
Os estudos de viabilidade contaram também com a participação do Jardim Botânico, vinculado à Secretaria de Serviços Públicos, com o diretor Renato Steck e o engenheiro florestal Thiago Pinto Pires, atuando para orientar o plano de manejo com a troca de árvores exóticas por espécies nativas escolhidos para essa nova fase nos trechos envolvidos pelo sistema.
“Foi um trabalho intenso de todos os envolvidos, pela importância do local na história da cidade e pelos desafios técnicos”, afirma o coordenador de projetos urbanos, Décio Luiz Pinheiro Pradella.
O projeto-piloto Urbanismo Caminhável colocou na agenda da cidade questões como o mobiliário urbano, o conforto de pedestres, a valorização da história e a observação dos fluxos de pessoas nos espaços públicos. Entre seus subprodutos ainda em andamento estão o futuro decreto sobre parklets privados e alguns projetos em estudo final, como uma readequação do espaço de um dos viadutos municipais para o uso confortável por pedestres e ciclistas.
Inauguração
O evento deste sábado (14), a partir das 17h, vai contar a parceria da Secretarias de Cultura e de Agricultura, Abastecimento e Turismo com uma feira de gastronomia e artesanato e uma série de atrações artísticas para a comunidade, como a música do Quarteto no Choro e do Maresias Blues Trio. Além disso, vão estar presentes atores com “estátuas vivas”, intervenção fotográfica e exibições de pequenos filmes de curta-metragem.
Também deve haver emoção de moradores com lembranças, como as registradas no livro “A História Sob os Degraus” (2013), de Jussania Rita Lamarca Escapin, publicada com apoio do Prêmio Estímulo de Cultura e também disponível no site da editora Edições Brasil.
“É uma reabertura como ocorreu com a Ponte Torta, como uma celebração da comunidade sobre sua própria história e identidade”, afirma Daniela da Camara Sutti.
No caso do secretário de Cultura, Jean Camoleze, o local é mais um exemplo de valorização do patrimônio e da memória coletiva. “Não é apenas um espaço físico, mas uma construção afetiva das pessoas com sua cidade”, afirma. E a secretária de Agricultura, Abastecimento e Turismo, Valéria Silveira de Oliveira, acrescenta que o trabalho “foi bem orientado pelo prefeito Pedro Bigardi e bem executado pelas equipes envolvidas”.
As intervenções no Centro Histórico de Jundiaí contam desde 2013, além de projetos como Urbanismo Caminhável, Ponte Torta e agora a Esplanada Monte Castelo (Escadão), com outras ações como a reforma das praças Dom Pedro II, São Bento e Antonio Frederico Ozanam, a nova iluminação nas praças Governador Pedro de Toledo, Marechal Floriano Peixoto e Rui Barbosa, a reforma das instalações da praça dos Andradas, a revitalização do Centro das Artes e iniciativas como o Sexta no Centro.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Cléber de Almeida
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