Cooperativa de Vinho é pioneira em ‘caminhão envasador’
Publicada em 24/05/2016 às 16:57Um caminhão equipado com um envasador móvel de vinho das pequenas adegas de Jundiaí, com capacidade para higienizar garrafas, engarrafar o vinho, colocar a rolha e depois colocar o rótulo e tudo isso sem balançar os tonéis em que o líquido fermentou, por pelo menos seis meses, garantindo ainda mais sua qualidade. Esse projeto inédito no Brasil foi elaborado e concretizado pela Cooperativa Agrícola dos Produtores de Vinho de Jundiaí (AVA).
“Não é um passo, é um salto gigantesco. A partir dessa visão do setor em Jundiaí temos um exemplo a ser seguido em todo o Brasil”, afirma o presidente da AVA, Amarildo Martins.
O lançamento foi dedicado pelas 16 adegas de vinho familiar envolvidas no projeto ao criador da associação em 2002, depois transformada em cooperativa, José Boschini. Também fazem parte da lista as adegas Beraldo di Cale, Vendramin, Maziero, Fontebasso, Juca Galvão, Mingotti, Negrini, Oliveira, Leoni, Marquesim, Sibinel e Português, um produtor de vinagre (Tosin), uma paróquia (Senhor Bom Jesus) e uma consultoria técnica.
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O conjunto do equipamento é formado por envase para vinho, envase para degorge de champenoise, desengaçadeira de uva (italiana, para até cinco toneladas por hora), envasadora com quatro bicos, prensa pequena pneumática, prensa horizontal à membrana (com sistema a vácuo), sistema de prensagem por depressão, encapsulador de espumante semiautomático e caminhão com plataforma de embarque para 1,5 mil quilos.
“Compramos o caminhão e fomos buscar parte dos equipamentos com fornecedor que topou o desafio, no Rio Grande do Sul”, conta Evandro Marquesim, que fez a viagem de volta com o pai Aristeu em uma carona de caminhão de suco de uva que vinha para São Paulo. O seu avô Aquilino, de 88 anos, comentou no lançamento que seu próprio avô esteve entre os imigrantes da primeira leva de Jundiaí, em 1888, no núcleo colonial que formou a Colônia e sua área rural, que é a região do Caxambu.
“Ainda não tinha nem a Niagara Rosada, que surgiu na própria cidade em 1933. Era do tipo Corbina misturado com a variedade Isabel”, lembra ele. Agora essa história é renovada pelas inovações tecnológicas sem perderem a referência. Evandro compara a capacidade do equipamento italiano de desengaçadeira de uva a 3 mil pés trabalhando na antiga pisa.
Em Jundiaí, a maioria das adegas familiares prepara o vinho de dezembro a janeiro e produto fica bom para consumo a partir dos meses de julho ou agosto.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Paulo Grégio
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