Avanços de resíduos sólidos de Jundiaí atrai cidades e promotores

Publicada em 16/10/2015 às 15:35

As inovações em andamento no tratamento de resíduos sólidos em Jundiaí foram responsáveis, nesta sexta-feira (16), pela visita de representantes do Ministério Público Estadual e de cidades como Sumaré, Vinhedo, Suzano, Nova Odessa, Cosmópolis e outras representadas pelos consórcios que integram as grandes regiões de Campinas e de São Paulo. O motivo foi conhecer melhor o projeto I-NoPa (Gestão Eficiente de Resíduos Sólidos) implementado pela Prefeitura de Jundiaí em parceria com a universidade alemã de Braunschweig e outras instituições.

“Temos vivido uma experiência vital para o futuro, pois é um tema relativamente novo no nosso País, mas que afeta todos os municípios. Existem outras experiências acumuladas e nosso caso específico reflete um acordo federal entre Brasil e Alemanha”, afirmou o prefeito Pedro Bigardi.

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O promotor especializado Rodrigo Sanchez Garcia, do Grupo de Atuação Especial de Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público Estadual na região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, lembrou que a legislação nacional que vigora desde 2012 não coloca os planos municipais como um fim em si mesmo. “Como disse o prefeito, é um campo novo e complexo. Por isso a busca de experiências é fundamental”, afirmou.

O surgimento do I-NoPa em 2013, braço de inovações dentro do acordo de Novas Parcerias (NoPa) entre os dois países, foi detalhado pelo secretário de Serviços Públicos, Aguinaldo Leite, e pela engenheira e advogada Christiane Pereira, da PUC-Rio e da Universidade de Braunschweig.

A mudança mais importante, apontaram, é a passagem da visão recente de que um aterro sanitário significava tratamento de resíduos sólidos para sua transformação em insumos econômicos que exigem pesquisas e equipamentos sobre a demanda, sobre meios de controle de qualidade e sobre a reestruturação da cadeia geradora de resíduos sólidos.

A meta é de reduzir de 90% para 20% o desperdício de materiais na cidade, mas ainda não é possível colocar um prazo, porque dependemos de outros atores públicos e privados em uma mudança gradativa no País”, afirmou o secretário Aguinaldo Leite.

Técnicos de diversas cidades e consórcios estiveram na visita

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Ele colocou à disposição de outros municípios os trabalhos que começam a ser feitos no laboratório instalado pelo projeto no núcleo de gerenciamento de resíduos sólidos (Geresol), em Jundiaí, alvo de uma visita presencial do grupo. Entre os destaques estiveram a elevada redução de resíduos da construção civil causada pelo programa de monitoramento de caçambas, que praticamente acabou com a compra de material virgem em pequenas obras do setor de serviços com a reciclagem de materiais.

Também foram apresentadas as novas esteiras usadas para o material de compostagem, buscando a separação de elementos adequados em grau de pureza daqueles mistos ou com metais pesados, usando controles eletrônicos. Mesmo o caso de materiais mistos, sob controle, pode ter uso futuro em fornos, de acordo com o setor cimenteiro sobre padrões de energia.

De acordo com os dados, Jundiaí gera atualmente um patamar de 400 toneladas diárias de resíduos sólidos (ou perto de um quilograma por habitante), que projeta um total de 12 mil toneladas mensais ou 144 mil toneladas anuais. De acordo com Leite, as pesquisas do projeto são importantes para quebrarem mitos como uma geração maior de resíduos nos bairros de maior renda. “Estamos numa era de descartáveis para todos”, comentou.

Engenheiro e professor de gestão ambiental, o prefeito Pedro Bigardi afirmou que a busca de soluções nesse tema é importante para todas as cidades. Atualmente, o projeto envolve também cidades como Florianópolis (SC), Votuporanga (SP), Paulista (PE), Lunenburg (Alemanha) e outras.

José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Cleber de Almeida


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/10/16/avancos-de-residuos-solidos-de-jundiai-atrai-cidades-e-promotores/

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