Pediatra da rede municipal lança livro sobre obesidade infantil
Publicada em 18/03/2016 às 14:57O médico pediatra Camilo José de Souza tem 30 anos de janela na profissão. Acumula milhares de atendimentos pelos diversos consultórios por onde atuou. Desse tempo, 16 anos também foram dedicados à hebiatria (ramo médico que cuida de adolescentes). Carioca da gema, chegou a Jundiaí com a família há 10 dez anos, depois de ser aprovado em um concurso público. Hoje, coloca sua experiência à disposição de aproximadamente 30 crianças e adolescentes que atende todos os dias no PA da Ponte São João, onde dá expediente ao lado de outros dois pediatras.
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A maioria dos casos, ele explica, são quadros respiratórios ou dermatológicos. Mas foi a obesidade infanto-juvenil que o motivou a escrever seu primeiro livro, com lançamento marcado para o dia 8 de abril no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, em Jundiaí. Camilo explica que perdeu as contas de quantos exames infantis de colesterol e triglicérides alterados passaram pela sua avaliação. “A gota d’água foi uma criança de 11 anos que chegou para atendimento. A balança deu o veredito: 101 quilos. Ali decidi fazer alguma coisa”, lembra o pediatra.
“O livro, intitulado ‘Obesidade Infanto-Juvenil’, é a adaptação de um trabalho acadêmico sobre o tema. Foram três anos de investigação, atualização e, principalmente, de uma edição de texto que o deixasse acessível e atraente para qualquer pessoa”, diz Camilo.
O tema deve ser levado com seriedade, defende o pediatra. Ele diz que, em média, 4% do universo de crianças e adolescentes podem ser consideradas obesas. Então, segundo o último censo demográfico do IBGE, divulgado em 2010, Jundiaí apresentava uma somatória de 48 mil pessoas até 14 anos. Logo, em 2010, a cidade tinha aproximadamente 1,9 mil crianças acima do peso. O número, no entanto, pode ter aumentado nos últimos anos.
“O principal vilão não é só a alimentação. Veja a mídia e o poder de impacto da imagem. É uma veiculação maciça e diária de produtos artificiais e altamente gordurosos que fazem a cabeça da criançada. Os resultados podem ser bastante nocivos à saúde”, alerta.
Para Camilo, o primeiro passo da mudança vai obrigatoriamente no caminho da reeducação da família. A amamentação até os seis meses deve ser exclusivamente com leite materno. “Algumas mães oferecem água ou leite industrializado. Elas se esquecem que o primeiro exercício do bebê é sugar o leite, é o trabalho de estimulação oral e facial realizado. Os bons vínculos devem ser estimulados desde o primeiro dia”, recomenda Camilo.
Nesse processo de reeducação alimentar e familiar, a mudança de hábito vale para aspectos culturais que compõem a família. O médico é categórico em afirmar que “os pais precisam reafirmar que são o centro de autoridade da família, que sejam os controladores da casa, e não a criança”.
Com 102 páginas, o livro vai ser lançado pela Rumo Editorial. Para quem quiser comprar o volume, as vendas são feitas na loja online da editora.
Thiago Secco
Foto: Paulo Grégio
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