Jundiaí debate sobre arqueologia de seus 400 anos
Publicada em 17/05/2016 às 13:50Um tema importante para uma das cidades mais antigas do Estado de São Paulo, a arqueologia tem nesta quarta-feira (18) uma mesa redonda em Jundiaí com os especialistas Camila de Moraes Wichers (Universidade Federal de Goiás), Robson Rodrigues (Fundação Araporã) e Letícia Ribeiro (mestranda do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP). Vai ser das 14h às 16h30, com entrada gratuita no Solar do Barão.
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O tema da mesa redonda é “A Pesquisa Arqueológica e a Musealização do Patrimônio Arqueológico do Estado de São Paulo” e faz parte da 14ª Semana de Museus. A mediação é da educadora e socióloga Creusa Aparecida Claudino, do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí.
Em 2015, o museu já havia exposto peças encontradas em pesquisas arqueológicas no município. De acordo com o secretário de Cultura, Jean Camoleze, os aspectos da história humana interpretados pela arqueologia nos ajudam a rever a própria história no presente e reconhecer todos os atores da nossa história local e regional, que inclui indígenas, africanos e europeus.
“Conhecer esse patrimônio e demonstrar seu valor significa estimular a guarda da memória e formar cidadãos conscientes de sua identidade cultural”, conclui Camoleze.
Surgido no início do século 17, o centro da cidade e diversos locais de seus arredores guardam vestígios subterrâneos de outros tempos. Para ficar somente no aspecto humano, antes do primeiro cemitério municipal, na década de 1860, os enterros eram feitos em diversos outros pontos ao longo dos duzentos anos anteriores. Há indícios levantados por pesquisadores não-oficiais, como Roberto Franco Bueno, Francisco de Matheo, Geraldo Tomanik e outros de que houveram ossadas em épocas diferentes no Largo São José, no Largo São Bento, no Largo da Matriz e no Largo do Pelourinho – muitas vezes separados por etnia ou classe social.
Outro aspecto é o fato da cidade ter se transformado muitas vezes, inclusive preservando pouco da arquitetura de sua rica história como povoação pioneira entre as cidades paulistas. Esse aspecto foi destacado no ano passado pela arqueóloga Marise Campos de Souza, especialista do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), durante o processo do projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta.
Um trabalho anterior e importante foi também “Índios e Africanos na Jundiaí Colonial”, do arqueólogo Walter Fagundes Morales, que trouxe para a cidade coisas como as noções práticas de diferenciação entre cacos de cerâmica indígena (crua no meio, por usar fogueiras ao ar livre com temperatura abaixo de 800 graus) ou cerâmica luso-africana (cozida no meio, por usar fornos com temperatura acima dos 800 graus).
O Solar do Barão fica na rua Barão de Jundiaí, 762, no Largo da Matriz.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Arquivo PMJ
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