Prefeitura ajusta ações para melhorias do rio Jundiaí
Publicada em 19/09/2013 às 19:49A elevação de categoria hídrica do rio Jundiaí, que vai ser discutida na segunda-feira (23) durante encontro técnico no auditório do Centro das Indústrias do Estado (Ciesp), está sendo prevista em diversas das novas políticas públicas da Prefeitura.
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De acordo com o diretor ambiental da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, Flávio Gramolelli Júnior, o resultado alcançado no processo de despoluição lançado há 30 anos precisa agora ter seus efeitos na educação e nas atitudes institucionais.
“A degradação do rio em que muitos ancestrais nadaram e pescaram afastou as pessoas por muito tempo. Agora vai ser preciso trabalhar com a ocupação do solo, com a recuperação das matas ciliares e até mesmo evitando as canalizações tão comuns em anos recentes”, explicou.
Dizendo que até mesmo as mudanças climáticas (com chuvas mais intensas) devem ser consideradas, Gramolelli afirma que o Plano Municipal de Saneamento, que envolve áreas como os resíduos sólidos e a macro e microdrenagem com estudos inovadores em andamento, não pode mais ver o rio como questão isolada.
“Apenas o replantio de árvores determinado pelo Ministério Público pelo passivo ambiental do passado recente envolve 100 mil mudas, todas colaborando na produção de umidade e água”, comentou lembrando que ainda há um censo arbóreo em andamento.
De acordo com Aray Martinho, diretor da empresa municipal de águas e esgotos (DAE), a despoluição melhora a situação de escassez hídrica na bacia do rio Jundiaí que é um terço do mínimo ideal apontado pelas Nações Unidas. “Neste momento estamos usando transposição de água do rio Atibaia, por exemplo”, citou ao defender a água como elemento central no planejamento urbano.
Pioneirismo
O gerente da agência estadual de meio ambiente (Cetesb), Domênico Tremarolli, afirmou durante coletiva de imprensa que a cidade antecipou o modelo posterior dos comitês de bacia em 1982 e também os cursos de saneamento com o Colégio Técnica de Jundiaí (hoje chamado de Escola Técnica Estadual Vasco Venchiarutti).
“Quando surgiu um movimento reunindo prefeituras e indústrias, em reação a leis sobre efluentes, esse conhecimento permitiu o surgimento de um programa. Os jovens eram afoitos, mas os antigos alertavam que iria demorar”, explicou ao lado do jornalista Jayme Martins, também articulador do projeto.
Ele também diz que a breve inauguração da Estação de Tratamento de Esgotos de Várzea Paulista/Campo Limpo Paulista fecha o ciclo de obras nos seis municípios, que além dos três citados inclui Itupeva, Indaiatuba e Salto.
No contexto da escassez hídrica, a mudança pode permitir o uso da água do rio principal da bacia para abastecimento urbano (algo já previsto por cidades como Indaiatuba, onde já se estuda também o uso turístico de parte do rio). Em Jundiaí, com fontes ainda conservadas nos mananciais do Jundiaí-Mirim e do Capivari na zona norte e nos mananciais da Serra do Japi na zona sul, o desafio maior é recuperar os potenciais ainda resistentes na área urbana.
“Em Campo Limpo, já é possível ver o fundo do rio no trecho perto do hospital”, garante André Sotoro, gerente regional da companhia estadual de saneamento (Sabesp).
Gramolelli, que também é coautor de um livro sobre a bacia do Rio Jundiaí, afirma que há boas notícias mas todas apresentam novos desafios de controle da qualidade dos recursos naturais. “Um simples hábito como a canalização dos riachos e rios pode causar sérios riscos para cidades a jusante”, comentou.
Todos estarão presentes ao evento de segunda-feira, que acontece das 8h30 às 17h. Representantes do Comitê da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) são aguardados para explicar a iminente mudança de categoria do rio. O auditório fica na rua Navarro de Andrade, ao lado do Paço Municipal de Jundiaí.
Por José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Cleber de Almeida
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