Semana do Meio Ambiente: Redescobrindo o Cerrado
Publicada em 04/06/2014 às 16:35Uma “aula magna” sobre meio ambiente, demonstrando que Jundiaí não é apenas um município que conseguiu conservar boa parte de sua mata atlântica, mas também abriga trechos do riquíssimo ecossistema do Cerrado, marcou a programação de terça-feira (3) da Semana do Meio Ambiente. Depois da palestra do pesquisador Waldir Mantovani, o grupo de técnicos de diversas áreas participaram de atividades práticas no futuro Parque Municipal do Cerrado.
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“O evento ficou acima de nossas expectativas em conteúdo, em adesão de interessados e em possibilidades de novas ações”, afirma Renato Steck, diretor do Jardim Botânico, vinculado à Secretaria de Serviços Públicos.
A primeira parte da aula, realizada no auditório do viveiro na Inidam (Unidade de Desenvolvimento Ambiental), no Jardim Florestal, abordou o parentesco do cerrado com as savanas africanas e australianas que ocorrem na mesma latitude do planeta. E também de suas características de trechos arbóreos fechados e trechos arbustivos abertos, além de riquezas como frutos e animais.
Na segunda parte da aula, os participantes seguiram para um contato prático ao ar livre no futuro Parque Municipal do Cerrado, na região do Novo Horizonte e Residencial Jundiaí. “Inicialmente são 16 hectares, praticamente o mesmo tamanho do Botânico. Os planos agora são cercar a área para reduzir a degradação e estudar os corredores ecológicos para os diversos tipos de animais terem acesso a água e à circulação”, comenta Steck.
No local, o pesquisador Waldir Mantovani orientou observações sobre a estrutura subterrânea de diversas espécies de árvores do cerrado (chamada de xilopodium), que garantem a sua rebrota em áreas com forte incidência de incêndios provocados por raios.
Mantovani também lembrou que a latitude de Jundiaí e São Paulo, que fica abaixo da zona de cerrado e situada na zona de desertos do hemisfério sul, é beneficiada pelo efeito de circulação de umidade da Cordilheira dos Andes.
Os participantes do evento nunca mais verão da mesma forma uma árvore “casca grossa” ou “torta” como uma cambará-candeia, uma chico-pires ou uma amendoim-do-campo depois do mergulho no assunto provocado pelo pesquisador.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Paulo Grégio
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