Família Acolhedora: oportunidade para crianças e adolescentes

Publicada em 23/10/2014 às 15:37

Depois de criar os três filhos, o operador logístico João Batista Muniz, 49 anos, e a cuidadora de idosos Rosicler Peres Muniz, 48, moradores no bairro Almerinda Chaves, em Jundiaí, decidiram abrir as portas da casa e do coração para acolher crianças e adolescentes afastados da família por medida de proteção.

Há 5 anos fazendo parte do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora, coordenado pela Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social (Semads), o casal já teve a guarda temporária de seis crianças. Rose, como é conhecida, conheceu o serviço ao voltar de uma consulta. “Estava com o resultado de um exame de mamografia na mão e anotei o telefone do programa no envelope, usando um lápis de olho”, disse.

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João e Rose fazem parte do serviço e já acolheram seis crianças

Passado um tempo, ela encontrou esse exame em casa e sentiu que seria o momento da família acolher a primeira criança. “Mal sabíamos o quanto a nossa vida ia mudar”, conta o marido.

O trabalho do Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora funciona assim: a criança ou adolescente fica com essas pessoas até que seja possível o retorno aos pais (família de origem) ou tios e avós (chamado de ‘família extensa’). Na impossibilidade de ambos, o desfecho é a adoção.

“O serviço é responsável por selecionar, capacitar, cadastrar e acompanhar as famílias acolhedoras, bem como realizar o acompanhamento da criança e/ou adolescente acolhido, assim como as famílias (de origem ou extensa)”, explica a coordenadora do serviço, Cristiane Vieira Gozzo, ao dizer que o serviço conta com um consultor voluntário Marcelo Vinícius Picini que tem mestrado na área de acolhimento familiar.

Lição de vida
O primeiro acolhido pela família Muniz foi um bebê com muitos problemas de saúde e que foram enfrentados por João e Rose com garra e coragem. A partir daí, a casa deles sempre contou com a risada, gritinhos e bagunça de um lugar que vive com criança.

Ao longo desses 5 anos eles acolheram um casal de irmãos ainda bebês e até um menino de 6 anos. Em todos os casos, a família se dedicava totalmente. “Éramos responsáveis em colocá-los na escola, levar ao médico, dar comida… Nos tornamos a família daquela criança por um determinado período”, explica Rose. Todos que integram o serviço de acolhimento recebem um subsídio da Prefeitura de Jundiaí no tempo em que fica com a criança.

Segundo a psicóloga do serviço, Aline Aleixo, antes deste trabalho essas crianças eram tiradas da família de origem e ficavam em um acolhimento institucional até a decisão da Justiça. “Estudos indicam que há cada um ano da criança vivendo num abrigo, ela perde quatro meses de desenvolvimento. Por isso, é muito importante não quebrar os laços familiares e o serviço vem justamente para cobrir essa lacuna”, explicou.

Para a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Rita de Cássia Angarten Marchiore, o trabalho faz parte de uma política pública federal que Jundiaí reconheceu. “A família tem de estar todos os dias na vida de uma criança e adolescente, porque eles precisam de atenção, proteção e carinho que só a família pode oferecer”, afirmou.

Secretária Rita e diretora Joana com equipe

Família Acolhedora
O serviço, criado em setembro de 2008, conta atualmente com quatro famílias atuantes. Ao longo desses 7 anos, já foram acolhidas 17 crianças, sendo a maioria meninos. E o principal motivo para que essa criança fosse tirada da família de origem foi a negligência, seguido de pais usuários de drogas e por fim, maus tratos.

A boa notícia é que parte dessas crianças teve um final feliz. A maioria voltou para a chamada “família extensa” que pode ser a guarda para uma avó, tia ou tio. A outra parte voltou para as famílias de origem e apenas uma criança entrou no processo de adoção.

Como participar
Segundo a assistente social do serviço, Solange Cordeiro de Vasconcelos, para fazer parte do Família Acolhedora é preciso ter idade mínima de 21 anos e morar em Jundiaí; não possuir antecedentes criminais; não ter interesse em adoção e não apresentar problemas psiquiátricos e/ou dependência de substâncias psicoativas. Interessados podem se cadastrar AQUI.

O serviço funciona na rua Marechal Deodoro da Fonseca, 504, Centro. O horário de atendimento é das 8h às 12h e das 13h às 17h. Mais informações pelos telefones (11) 4583-7301 ou 4583-7315. O email é o familia.acolhedora@jundiai.sp.gov.br

Kadija Rodrigues
Fotos: Alessandro Rosman

Assista à reportagem da TVE Jundiaí


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2014/10/23/familia-acolhedora-oportunidade-para-criancas-e-adolescentes/