Brasil Alfabetizado forma primeira turma em Jundiaí
Publicada em 10/12/2014 às 18:14Aquelas letras que antes eram estranhas aos olhos de Edivaldo Alves da Silva, de 43 anos, agora fazem sentido. O homem nascido em Pernambuco, mas que já se diz jundiaiense de coração, foi um dos 500 alunos que receberam, na noite de terça-feira (9), no auditório da Unip, o diploma da primeira turma do programa Brasil Alfabetizado, desenvolvido no município por meio da Secretaria de Educação.
“Comecei a trabalhar aos 7 anos. Meu pai dizia que meu lápis era o cabo de enxada. Nunca tive chance de aprender a ler e escrever. Já embarquei em ônibus errado por não dominar a leitura”, comentou. Mas agora tudo mudou. “Deixei para trás a vergonha e o preconceito que sofria por não saber ler. Sempre tive o sonho de escrever uma carta ou ler um pedaço de papel e agora conquistei isso.”
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Assim como ele, Maria José Guedes Delgado, de 48 anos, descobriu um novo universo. “Quando mostrei meu caderno de caligrafia à minha mãe e ao meu filho, foi uma felicidade só. Para mim, foi uma vitória aprender a assinar corretamente o meu nome.”
Orgulhoso, o secretário de Educação, Durval Orlato, explicou que as aulas ocorrem em 25 núcleos descentralizados. Entre eles, Jardim São Camilo, Tamoio, Santa Gertrudes, Vila Ana, Vila Maringá, Parque Centenário e outros. “A nossa ideia é ampliar para 35 núcleos em 2015. A proposta é atingir um público cada vez maior.”
Segundo ele, o IBGE estima que em Jundiaí existam cerca de 9 mil pessoas não alfabetizadas. “Consideramos esse público como cidadãos que não sabem fazer corretamente as quatro operações matemáticas e não têm condições de escrever ou formar uma frase completa”, explicou.
O secretário frisou ainda que após esse curso de alfabetização, é proposto aos alunos que eles ingressem no Centro Municipal de Educação de Jovens e Adultos Prof. Dr. André Franco Montoro (CMEJA), no qual é possível cursar Ensinos Fundamental 1 e 2, e do Ensino Médio. “Ao lado do prefeito Pedro Bigardi, construí um programa para incluir as pessoas em um processo educacional, que começa desde as crianças até os adultos.”
Experiência
Para quem atuou no programa, além de levar às pessoas a habilidade da leitura e escrita, o Brasil Alfabetizado devolve aos alunos autoestima. “Muitos sofrem preconceito ao longo da vida por não saberem ler. Infelizmente, sentem-se menos cidadãos por isso”, contou a professora do núcleo Vista Alegre, Ana Maria Moreira Joaquim. Ela conta que os alunos abraçaram a oportunidade. “É bonito ver o avanço e a dedicação de cada um.”
O evento contou com diversas apresentações, organizadas por cada núcleo. As inscrições para o programa serão reabertas em 2015.
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