Tecnologia de ponta pode reforçar o Circuito das Frutas
Publicada em 10/03/2016 às 15:57Um programa com tecnologia de ponta, chamado GPAF, integrando grandes redes como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o Instituto de Economia Agrícola (IEA) e outros, pode ser uma das novidades para o setor agrícola em Jundiaí e nas outras nove cidades que formam o Circuito das Frutas. Esse foi o tema do seminário desta quinta-feira (10) no auditório da Escola Técnica Estadual Benedito Storani.
“É importante recebermos novos aportes. O Circuito das Frutas foi criado em 2002 pelas cidades de Jundiaí, Atibaia, Indaiatuba, Louveira, Itupeva, Morungaba, Itatiba, Jarinu, Vinhedo e Valinhos. E tanto a valorização da fruticultura quanto a do turismo rural têm sido suportes desse fortalecimento”, afirmou o secretário de Agricultura, Abastecimento e Turismo, Marcos Brunholi.
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O tema principal para avanços é a identidade geográfica de origem, instrumento que pode agregar valor a produtos rurais, como ocorre em países europeus e em alguns pontos de estados do sul brasileiro. A sigla GPAF significa Geotecnologias para incrementar a competitividade e sustentabilidade da agricultura familiar no Circuito das Frutas do Estado de São Paulo.
Além de Embrapa, da Unicamp e do IEA participam inicialmente Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Unifrutas (Federação de Cooperativas e Associações de Produtores Rurais do Circuito das Frutas) e a Rede de Agroecologia Leste Paulista.
Novas alternativas
O pesquisador Ivan André Alvez, da Embrapa Monitoramento por Satélite, afirmou que a pesquisa sobre certificação de origem já tem vários anos. “Estamos estudando o uso de aplicativos de celular para essas tecnologias, pela praticidade e porque é um ponto de diálogo com as gerações mais jovens”, comentou. Suas posições convergem com a preocupação de gestões municipais com as áreas urbanas e rurais nas atuais regiões de uso múltiplo como acontece atualmente em Jundiaí com o Plano Diretor Participativo.
Seu colega Jorge Tonietto, da Embrapa Uva e Vinho, veio do Rio Grande do Sul para o evento e disse que existem vários passos a serem articulados para o uso da indicação geográfica de origem (que em outros países como a França conta ainda com a chamada denominação geográfica de origem no caso de diversas bebidas). “Temos experiências na região das serras gaúchas e algo importante é vermos que precisa ser uma área específica, não um nome fantasia”, afirmou antes de apresentar diversos estudos de caso sobre esse mecanismo ainda pouco disseminado.
O encontro técnico reuniu pesquisadores de diversos órgãos como Instituto Agronômico (IAC Frutas), rotas turísticas (como a Rota da Terra Nova), representantes de órgãos das cidades do Circuito das Frutas (como Osvaldo Maziero, dos produtores de Jarinu), integrantes da OCS Jundiaí Orgânicos (como da Fazenda Ribeirão), estudantes e outros técnicos da Embrapa.
“É necessário avançarmos. Quando foi criado o Circuito das Frutas, diziam que era inviável. Os produtores faziam vinho apenas para consumo próprio por pressão contrária de grandes indústrias, mas hoje mais de 50 produtores vivem disso e do turismo rural. Não queremos ser contra nada, apenas ter o mesmo valor na terra rural e na terra urbana contra a pressão imobiliária”, destacou Thomaseto.
O pesquisador Ivan André Alvez reforçou também que o termo agricultura familiar não é mais visto como associada à subsistência, mas a um formato essencial de produção moderna e multifuncional. “A tendência é trabalhar com métodos participativos nas novas tecnologias, entendendo que o setor também é floresta, clima, água, vida e parte da nossa história”, disse.
O diretor da Escola Técnica Estadual Benedito Storani, ligada ao Centro Paula Souza, Eduardo Alvarez, afirmou que o espaço cada vez mais modernizado é uma das “casas dos agricultores” na região e destacou a importância do seminário.
Diversos técnicos da Prefeitura especializados no tema acompanharam o evento e os debates. Um dos casos para debate da indicação geográfica é a uva Niagara Rosada, variedade surgida no município em 1933 e que tornou a cidade conhecida como Terra da Uva, entre outras questões ligadas ao tema.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Fotógrafos PMJ
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