Educação ambiental prepara quinta etapa do ciclo de formação
Publicada em 13/09/2016 às 15:46Os educadores da rede municipal de ensino preparam-se para a quinta etapa, em outubro, do ciclo de formação ambiental implementado neste ano. O cientista João Vasconcellos-Neto, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi o palestrante da quarta etapa nesta segunda (12) e terça-feira (13).
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O patrimônio natural, com ênfase na Serra do Japi, foi o quarto tema do ciclo que teve anteriormente o ambiente urbano, os recursos hídricos e os resíduos sólidos. O quinto tema vai ser o patrimônio histórico e cultural, em data a ser confirmada.
De acordo com o especialista, autor e organizador das duas referências mundiais sobre resultados de pesquisas nessa área de mata atlântica (que são os livros História Natural da Serra do Japi, de 1992, e Novos Olhares, Novos Saberes Sobre a Serra do Japi, de 2012), o desafio ambiental da educação é unir a contemplação com a complexidade das interações entre espécies de plantas, de animais ou entre eles.
“Existem muitas interações entre pequenos animais, como insetos, vespas e besouros, como parasitagem ou simbiose, além de centenas de casos de camuflagem ou mimetismo que nos impedem de ver toda essa vida acontecendo. Essa é a parte da pesquisa científica, que inclusive busca detalhes com as substâncias envolvidas. E basta o que conseguimos ver para termos a consciência da preservação”, afirmou entre muitos exemplos demonstrados. Uma solução futura, comenta, pode ser um portal da Serra com dados traduzidos em linguagem para leigos, para professores e para pesquisadores.
Ele citou o exemplo de uma atividade desenvolvida com pessoas com deficiência visual que usou o fruto de uma planta comum desse bioma, o coquinho do jerivá, para mostrar-lhes que mesmo sendo alvo de predadores como o esquilo (ou serelepe) exige um certo aprendizado para ser aberto. “São as interações que sustentam a vida. E isso também tem muito a nos ensinar desde crianças”, destaca.
Em um dos casos citados, afirmou que a agroquímica nem sempre resolve problemas e que a invasão de formigas lava-pés nos Estados Unidos foi controlada depois que uma pesquisa na região da Serra do Japi identificou moscas predadoras desses insetos durante o dia (colocando ovos em sua cabeça) e limitando sua circulação apenas durante a noite. E uma grande quantidade de imagens e dados mostraram que o potencial de aprendizado segue elevado.
De acordo com Claudete Formis, coordenadora de educação socioambiental da Secretaria de Educação, a iniciativa do ciclo de formação ambiental é importante pelo reforço a ações que já ocorrem nas escolas municipais.
O tema específico dessa etapa contou também com participantes do Jardim Botânico, da Secretaria de Serviços Públicos (Unidam) e da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Paulo Grégio
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