Programa ‘Nascentes Jundiaí’ prepara ações de reflorestamento
Publicada em 05/10/2016 às 15:21Com uma avaliação de que os moradores de Jundiaí ainda não percebem claramente a origem da água usada em suas residências, serviços e indústrias, o Programa Nascentes Jundiaí trabalha na preparação das ações de reflorestamento de sua primeira fase, em propriedades rurais da bacia do córrego da Roseira.
Em apenas uma dessas propriedades serão 10 mil mudas, de 80 espécies nativas do bioma mata atlântica, além da construção de cercas para o isolamento entre a área de recuperação da margem de córregos, brejos ou nascentes e a área de lavoura ou pecuária.
Uma visita técnica nessa sexta-feira (30) contou com os profissionais especializados Sérgio Mesquita Pompermaier (Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Turismo), Henrique Bracale (TNC), Simone Bazarian (Terra Roxa) e Ricardo Lopes Crispino (Cipasa) e apontou a temporada outubro-novembro como ideal para o início dessa etapa na área-piloto, que teve vinte adesões de propriedades.
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O programa criado em parceria da Prefeitura com a TNC (The Nature Conservancy), uma das maiores organizações ambientais do mundo, Ambev, FEMSA/Coca Cola Brasil e DAE Jundiaí permite a cobertura de custos da recuperação obrigatória exigida pelo Código Florestal Brasileiro vigente, pela compensação de passivos ambientais pendentes por empreendimentos privados.
O processo de valoração da zona rural já conta com o interesse de outros proprietários para uma segunda fase, também em uma das demais microbacias dentro da bacia do rio Jundiaí-Mirim. O grupo de parceiros vem discutindo a possibilidade de implementar o mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) aos proprietários que aderirem ao programa, como previsto na Lei Municipal 8.607/2016, resultante do processo do Plano Diretor Participativo.
Cultura rural e conservação
Os mapas de cada propriedade foram refeitos diversas vezes nos últimos seis meses, em parte porque as diretrizes legais são ajustadas pelos usos e condições de cada local. Uma compensação do longo trabalho está, por exemplo, em reuniões marcadas por café caseiro e pães com geleia de amora.
As longas histórias familiares, os cultivos de frutas, os animais silvestres avistados em tempos recentes ou antigos somam assuntos com análises técnicas sobre pesquisas recentes sobre recuperação de matas paludares (de nascentes superficiais), plantios consorciados e outras.
De vez em quando um aumento de área de reflorestamento é negociado em um ponto para compensar uma estrada de passagem ou um acesso de animais para a água em outro local. “Ah, sim, desconta lá”, ouve-se com todos conversando em torno do mapa.
Logística verde
O plantio vai ser uma parte bastante intensa do Programa. Uma das soluções para garantir a distribuição da diversidade de mudas, além da busca de fornecedores com essa abrangência de espécies, é encontrar um espaço para sua estocagem em lotes grandes e variados. Para as propriedades menores, um apoio direto pode ser necessário nesse sentido.
As técnicas de recuperação, como já comprovado em outros lugares, devem aumentar a vazão de pequenas nascentes e córregos já existentes com soluções adequadas a cada local, beneficiando também as atividades desenvolvidas nas áreas produtivas adjacentes.
Mas até mesmo o tipo exato de cercas precisa ser ajustado entre técnicos e proprietários. Em alguns dos lugares com experiências desse tipo houve relatos de cavalos ou vacas se arrastando por baixo de cercas para pastarem na “floresta ciliar“ em recuperação.
Pela Prefeitura participam do projeto as Secretarias de Agricultura, Abastecimento e Turismo e de Planejamento e Meio Ambiente e a empresa municipal de águas e esgotos DAE. Todos participaram também recentemente de reunião especial convocada pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Comdema) sobre a necessidade de reforços de fiscalização contra desmatamentos, poluição e loteamentos irregulares.
José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Cléber de Almeida/Reprodução
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