FAQ – Perguntas Frequentes – Febre Maculosa
1. O que é febre maculosa?
A febre maculosa brasileira é uma doença infecciosa causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapatos infectados, conhecidos como “carrapato-estrela”. Por esse motivo, também é conhecida como “doença do carrapato”. É grave e se não for tratada precocemente, pode levar a complicações graves ou até mesmo à morte.
2. Como a febre maculosa é transmitida?
Através da picada de carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii, que fixado à pele por várias horas, transmite a doença. Não há transmissão de pessoa para pessoa. Apenas cerca de 1% dos carrapatos encontrados na natureza estão infectados. Mas a proteção é essencial.
3. Quais são os sintomas da febre maculosa?
Os sintomas iniciais da febre maculosa podem incluir febre, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos. Alguns dias depois, uma erupção cutânea característica pode se desenvolver, começando nas extremidades e se espalhando para o tronco. Se não for tratada, a doença pode progredir para sintomas mais graves, como insuficiência renal, problemas pulmonares e danos no sistema nervoso. Os sintomas podem surgir entre dois a 14 dias após ser picado por um carrapato e eles podem ser confundidos com outras doenças, como dengue, leptospirose, gripe e Covid-19.
4. Quando procurar o serviço de saúde?
Pessoas que frequentaram áreas de risco para febre maculosa (áreas de matas, de beira de rio, de pasto, com presença de capivaras e/ou cavalos) e apresentam sintomas como febre, dor no corpo e dor de cabeça de 2 a 14 dias devem procurar atendimento médico e informar ao profissional de saúde que esteve em um local de risco, mesmo que não tenha encontrado carrapatos no corpo. É fundamental buscar atendimento o mais rápido possível, depois do início dos sintomas. A doença tem cura quando o tratamento é iniciado preferencialmente em até três dias.
5. Qual exame detecta a febre maculosa e como é tratada?
O exame para febre maculosa é realizado por meio de duas coletas de amostra de sangue, com intervalo mínimo de 14 dias entre elas. Por isso, o mais importante é que o tratamento seja iniciado já no momento da suspeita da doença para evitar complicações graves.
A doença é tratada com antibióticos, geralmente doxiciclina, administrados por via oral. O tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível após o início dos sintomas, e a duração do tratamento depende da gravidade da doença e da resposta individual ao medicamento.
6. Como posso prevenir a febre maculosa?
Algumas medidas de prevenção incluem evitar áreas infestadas de carrapatos sempre que possível, usar roupas protetoras de longa duração ao caminhar em áreas arborizadas ou gramadas, aplicar repelente de insetos contendo DEET na pele e verificar o corpo em busca de carrapatos após atividades ao ar livre. Se você encontrar um carrapato, remova-o corretamente usando uma pinça e procurando assistência médica se desenvolver sintomas de infecção.
7. Como proceder caso seja picado por um carrapato ou perceba o carrapato preso no corpo?
Caso encontre um carrapato preso no corpo é importante retirá-lo cuidadosamente com auxílio de uma pinça: segure e faça movimentos circulares, rotacionando a pinça devagar, para não esmagar o carrapato e conseguir tirá-lo do corpo. Utilize bucha vegetal e sabonetes acaricidas durante o banho, realizando movimentos circulares.
Quando visitar locais de risco inspecione o corpo e caso encontre carrapatos retire o mais rápido possível (preferencialmente em até 3 horas). É importante que após ter visitado uma área de risco, mesmo que não tenha visto o carrapato no corpo ou marcas de picadas, você esteja atento para qualquer sintoma da febre maculosa, principalmente febre e dores no corpo ou cabeça, que podem aparecer entre dois a 14 dias depois. Se tiver febre ou outros sintomas nesse período, procure imediatamente um serviço de saúde e nunca deixe de informar ao profissional de saúde que teve febre e que esteve em uma área de risco.
8. Todos os carrapatos transmitem febre maculosa? Qual a aparência do carrapato e onde podem ser encontrados?
Somente carrapatos infectados com a bactéria Rickettsia rickettsii podem transmitir a febre maculosa.
Os carrapatos não são todos iguais, ou seja, existem diferentes espécies.
A espécie de carrapato mais importante na transmissão da febre maculosa no interior do estado de São Paulo é o Amblyomma sculptum, conhecido como carrapato-estrela, carrapato-do-cavalo, rodoleiro, micuim ou vermelhinho. O micuim é a larva do carrapato, é muito pequeno e no corpo se parece com um pontinho, uma “pintinha”. O vermelhinho é a ninfa do carrapato e é um pouco maior que o micuim, mas ainda é menor que o carrapato adulto. O carrapato adulto tem mais ou menos 1 cm, mas pode ficar maior quando se alimenta, e possui o dorso do corpo “desenhado”, lembrando uma estrela. Uma única fêmea de carrapato-estrela põe em torno de 6.000 ovos. Mas, apenas cerca de 1% dos carrapatos encontrados na natureza são infectados.
Esses carrapatos podem ser encontrados em áreas de matas, pastos, beira de rio e lagos e em locais com presença de capivaras e/ou cavalos, etc.
9. Existem venenos para controlar os carrapatos?
O carrapato-estrela não é controlado com sucesso com o uso de produtos químicos carrapaticidas, conhecidos popularmente como “venenos”. A população de carrapatos pode diminuir temporariamente, mas não ao ponto de não existir mais o risco de transmissão de febre maculosa. Importante destacar que, em caso de suspeita de febre maculosa, é fundamental buscar orientação médica para diagnóstico e tratamento adequados.
10. Qual a relação das capivaras com a febre maculosa?
As capivaras são os principais hospedeiros do carrapato-estrela, que transmite a febre maculosa, ou seja, esses carrapatos são encontrados principalmente nesses animais. Além disso, as capivaras podem contrair a bactéria que causa a febre maculosa quando são parasitadas por carrapatos-estrela infectados, desenvolvendo um grande número de bactérias na circulação sanguínea, o que permite que outros os carrapatos contraiam a bactéria quando eles se alimentam do seu sangue.