Ponte Torta é vista como marco da luta pelo patrimônio na cidade

Publicada em 27/08/2015 às 16:19

O projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta, implementado pela Prefeitura de Jundiaí e prestes a ser concluído, teve destaque no 3º Simpósio sobre Patrimônio Material e Imaterial nesta quinta-feira (27) como um marco importante na luta pelo patrimônio histórico em Jundiaí, município com origens há quase 400 anos e mais antigo que cidades como a mineira Ouro Preto.

Para o especialista Toninho Sarasá, que coordenou o projeto organizado pela Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente depois da prioridade definida pelo prefeito Pedro Bigardi, a iniciativa teve dois alicerces, com o envolvimento das memórias da comunidade pelo lado da zeladoria do imaterial e de técnicas avançadas de recuperação na zeladoria do material.

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 Intervenções na Ponte Torta estão na reta final

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“Nos tempos coloniais o censo não falava em casas, mas em fogos, que é um lugar onde as pessoas, os amigos ou as famílias se encontravam para falar. Precisamos retomar isso e esse projeto foi um assoprar as brasas de algo que está ainda muito vivo na cidade, a questão do patrimônio”, afirmou.

Ele lembrou que o processo envolveu dezenas de depoimentos, pesquisas documentais, palestras especializadas e abertura para manifestações da cultura popular.

Sarasá (na foto com Pedro Bigardi e secretaria Daniela): valor vem de memória participativa

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Patrimônio no urbanismo
A Ponte Torta também foi citada em intervenção da Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente no simpósio voltado para a presença do patrimônio como parte da visão urbanística. Um dos exemplos foi o Plano de Reabilitação do Centro Histórico de Jundiaí, abrangendo ações como a revitalização da praça Dom Pedro II e fachada da antiga Fratellanza (Largo das Rosas), revitalização da praça do Mosteiro (Largo São Bento), reforma do Centro das Artes, projeto para trecho do calçadão entre as ruas Siqueira e Coronel Leme, projeto para trecho da rua Barão de Jundiaí que compreende o Teatro Polytheama e Pinacoteca, reforma do Escadão e implantação de trecho do Parque Linear do Guapeva na região da Argos.

“Infelizmente, tivemos nos tempos recentes em Jundiaí perdas como do projeto de Vasco Venchiarutti no Parque da Uva ou da fachada antiga do quartel na praça Rui Barbosa. Estamos buscando atualizações que valorizem esse legado”, explicou o coordenador de Projetos Urbanos, Décio Pinheiro Pradella.

Outra ação relacionada, o projeto Urbanismo Caminhável, também levou participantes do simpósio para um trajeto pelas ruas centrais que observou como a topografia é essencial para a definição de caminhos pedestres e que a hegemonia de planejamento apenas para veículos afeta tanto a caminhabilidade como a historicidade.

Origem comum
O foco na Ponte Torta também chamou a atenção para a mobilização simultânea da comunidade que ocorreu na década de 1980 contra sua demolição, então proposta na Prefeitura de Jundiaí e registrada pela quadrinista Dadí em “O Grande Desaponte”, e também a primeira tentativa de criação do Conselho Municipal do Patrimônio na cidade, que acabou sendo criado apenas em 2007 depois de muita pressão social, como o atual Compac. Entre nomes em comum dessas lutas da época estavam Geraldo Tomanik e Francisco de Matheo, o Kiko.

José Arnaldo de Oliveira
Fotos: Arquivo PMJ


Link original: https://jundiai.sp.gov.br/noticias/2015/08/27/ponte-torta-e-vista-como-marco-da-luta-por-patrimonio/

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