Arte no ‘Escadão’ valoriza paisagem urbana do graffiti
Publicada em 16/09/2015 às 12:12Uma exposição ao ar livre mostra, até o final do primeiro trimestre de 2016, na rua Vigário João José Rodrigues, o trabalho de diversos artistas do chamado “graffiti”, arte urbana que oferece no local um contraponto para as obras em andamento que vão recuperar com acessibilidade o chamado Escadão, que é parte da Esplanada do Monte Castelo.
A iniciativa, articulada pelas secretarias de Planejamento e Meio Ambiente e de Cultura, foi custeada pela iniciativa privada e executada por diversos autores.
Bruna Yeah, por exemplo, é produtora de moda e defende que, “com a arte das ruas cada vez mais forte, a cidade fica mais bonita”. Já Gustavo Centavo, além de estudante universitário, é também ativista sociocultural e realiza até oficinas de arte para crianças.
Outro dos artistas, assinado como Réu, indica um veterano ativista do setor na cidade que, casado e com outras atividades, não perde o ponto de vista. “O graffiti é uma parte do hip hop, como a música rap ou a dança break. É um ponto essencial para entender essa manifestação cultural”, define Régis Irineu.
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No grupo mais profissionalizado, Leandro Agustinho dos Santos assina como “Imortal” e está na ativa desde 2001 como integrante da chamada Crew FT 165 Fine Trace, aliando hoje essa atividade com a de designer de peças para setores como o automobilístico. Suas referências de pássaros e cores já estão em diversas cidades.
Com assinatura ainda mais curiosa, “Esgoto”, o engenheiro mecânico Vítor Fernandes define o motivo da palavra que utiliza nas intervenções como o contraste entre um conceito sujo e uma imagem colorida, criando questionamentos na cabeça de quem olha. “Desde adolescente me chamavam a atenção os grafites no bairro onde morava. Comecei a fazer, nesse estilo voltado para as formas e preenchimentos das letras ou abreviaturas e hoje isso é responsável por amizades e círculos sociais”, explica.
Essa característica de outros estudos ou trabalhos ocorre também na vida de outros autores desses painéis do Escadão, casos dos desenhistas gráficos Jorginho Marola e Eduardo Neto EDV ou o também tatuador Acne CVG. Um dos mais detalhados é Dario Gordon, que narra ter iniciado o contato com o desenho, que hoje utiliza no graffiti, ou na tatuagem, influenciado pelos quadrinhos japoneses e, a partir do contato no basquete com o grafite, há dez anos, e depois incorporando uma espécie de filosofia mística ao trabalho.
Quem passar caminhando pela região do painel na rua Vigário João José Rodrigues vai notar também a presença de dois registros com os nomes de Nice e de Hip Hop. “Trata-se de referências a grupos que trabalham juntos”, explica o produtor Eduardo Ramalho, o Festa, que participa da organização do segundo deles, o Coletivo Hip Hop.
“Temos essa defesa da questão de que, além de arte urbana, o graffiti também é parte do legado da cultura negra para que não se esqueça disso como ocorre com o samba, a feijoada ou a capoeira”, afirma. O coletivo atuou em espaços como a área de lazer do Morada das Vinhas, em andamento.
Mas alguns participantes da intervenção também atuam em um coletivo menor, chamado Nice, formado pela amizade de seus integrantes como Gordon e Centavo e que atuou em eventos como o recente Quebrada Viva. E há também outros grupos ativos na cidade, como nos projetos chamados de Vielas Culturais na zona oeste. Um dos elementos que proporcionaram mais visibilidade para esse tipo de manifestação partiu do Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, que em 2014 implantou na avenida Nove de Julho a G9 Galeria de Arte Pública como departamento ao lado do Solar do Barão, da Pinacoteca e do Centro de Memória.
O painel da iniciativa Arte no Escadão pode ser acessado pela própria escadaria (pela rua Barão de Jundiaí), pela rua Vigário João José Rodrigues, pela rua Bartolomeu Lourenço ou pela região da Argos.
José Arnaldo de Oliveira
Foto: Fotógrafos PMJ
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